Bora entender porque a menstruação atrasa
Vem entender quantos dias dura o período fértil e tudo sobre essa fase do ciclo menstrual
Quando a menstruação não desce no dia certo, mesmo que atrase só um dia, tem menina que fica preocupada com a possibilidade de estar grávida. Se é o seu caso, respire fundo e saiba que é normal a menstruação atrasar. Sim, acontece, mesmo sem um bebê crescendo na sua barriga😉. Na verdade, segundo os médicos, existem diversos fatores físicos e emocionais por trás da ausência de menstruação no dia certo. Vem entender por que a menstruação atrasa.
1) Estresse
Uma semana de provas, um momento angustiante na vida pessoal, um acidente... tudo isso pode fazer a menstruação atrasar. Seu corpo sente o estresse e o ciclo menstrual pode se alterar, porque vários outros ciclos que você percebe menos também estão alterados pelo estresse – e tudo no corpo é interligado.
2) Mudanças na rotina
Uma viagem ou um trabalho diferente são acontecimentos que também entram na conta do estresse. Seu corpo pode sair do ritmo normal porque você está ingerindo comidas diferentes e em outros horários, dormindo e acordando em outros intervalos e, com isso, seu ciclo menstrual pode se alterar.
3) Mudanças na dieta
Alterações na alimentação, com excesso ou falta de calorias, também podem gerar mudanças no ciclo menstrual. A Dieta Keto, por exemplo, pode ter relação com atrasos na menstruação, segundo evidências científicas. Essa dieta low carb que já esteve bombando por aí consiste na eliminação de quase todos os carboidratos, como arroz e pão, e aumento do consumo de gorduras boas, como salmão, e de proteínas.
Porém, os carboidratos são os combustíveis do corpo, responsáveis por proporcionar a energia que a gente precisa para fazer até as tarefas mais simples. Quando consumimos poucos carboidratos, o corpo entende que está faltando energia e acaba reduzindo algumas funções, como a produção de hormônios como a leptina. Estudos têm mostrado que, além de regular o apetite, esse hormônio também afeta o ciclo menstrual.
Antes de começar qualquer dieta, é preciso consultar um nutricionista e, de preferência, o seu ginecologista também. Mas olha só: se a sua saúde está em dia e você deseja perder peso pois não está gostando da imagem que vê no espelho, vale um questionamento. Sabemos que o ideal de magreza é um padrão imposto pela sociedade, construído mesmo. Seu corpo é lindo do jeito que é e merece ser acolhido e amado. Você merece! 🥰
Porém, a gente sabe que a saúde mental pode se abalar pelo bombardeamento de imagens de corpos magros nas redes sociais, na televisão, no cinema e por aí vai. Vamos desconstruir esses padrões juntas? E se você achar que precisa de ajuda, vale conversar com um profissional de saúde mental e estar cercada pela sua rede de apoio, ou seja, por pessoas que te amam como você é.
4) Rotinas intensas de exercícios
O que vale para a dieta, também vale para exercícios. O excesso de atividade física gasta muita energia, que eventualmente seria destinada ao seu ciclo, podendo alterar esse ritmo e levar até a ausência da menstruação.
O livro "No Period. Now What?" ("Sem Menstruação. E agora?"), produzido com base em pesquisas científicas, descobriu que mulheres que se exercitam de forma intensa e frequente estão mais sujeitas a ter ciclos irregulares ou a deixar de menstruar. Praticar bastante atividade física, por outro lado, pode ajudar a controlar cólicas e a aumentar a sensação de bem-estar durante o período menstrual.
4) Interrupção ou uso incorreto de anticoncepcionais
Quando a mulher usa o anticoncepcional corretamente e decide deixar de usar por algum motivo, o ciclo menstrual pode demorar até seis meses para voltar a se regularizar. Já no uso incorreto, o ciclo fica todo "bagunçado" mesmo, porque o funcionamento da maioria das pílulas prevê uma pausa para a menstruação (que não é a menstruação de verdade, e sim o sangramento hormonal gerado por essa pausa). Nesses dois casos o melhor a fazer é prevenir a gravidez usando um método de barreira, como a camisinha, e ficar atenta ao seu ciclo até que ele se regularize.
E falando sobre contracepção, é importante lembrar que o uso de métodos hormonais é uma das formas de regular o ciclo. Muitas meninas desejam adiantar a menstruação para evitar que desça em algum momento especial, como uma viagem à praia ou uma troca de carinhos com o ou a crush. 🙃
Você pode até encontrar listas na internet com ideias mirabolantes para fazer a menstruação descer mais cedo, mas a ciência diz que elas podem não ser lá muito eficientes. Para ter controle sob o seu ciclo, bata um papo com o ginecologista. E vale aqui mais uma dica: anote tudo sobre o seu ciclo no calendário menstrual, porque isso vai facilitar sua auto-observação 😉
5) Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP)
A Síndrome dos Ovários Policísticos é um distúrbio hormonal bem comum. Como o próprio nome diz, ele acontece quando há cistos (bolsinhas com material semissólido) nos ovários, provocando sintomas como irregularidade menstrual e acne. Então, se você está cheia de espinha e sua menstruação tá meio doidona, vale investigar.
Quem tem SOP pode sofrer com atrasos na menstruação e algumas mulheres chegam a ter até ausência de menstruação por alguns períodos. Se você desconfia que pode ser o seu caso, procure a ginecologista, pois só um profissional da saúde pode fazer esse diagnóstico.
Quanto tempo a menstruação pode atrasar?
No caso de um atraso de mais de dez dias, o melhor é fazer um teste rápido de gravidez, aqueles que vendem na farmácia, para tirar a dúvida sobre uma possível gestação. Eliminando essa possibilidade, observe seu corpo e procure um médico caso sinta que os atrasos te pareçam estranhos.
Vamos lembrar que é normal a menstruação atrasar, e não existe um limite de dias que indique se você está com algum problema. O importante é você se observar e buscar ajuda se sentir que precisa, afinal, quanto mais você conhece seu corpo, menos dúvidas terá. 😊
Camila Luz
Jornalista formada pela Cásper Líbero, estudou Mídias Internacionais na Université Paris 8 e é mestre em Jornalismo e Direitos Humanos, com especialização em Diplomacia, pela Sciences Po Paris. Escreve sobre saúde, ciência e tecnologia desde 2016, com maior dedicação à saúde da mulher. Também é consultora em comunicação para organizações internacionais. Vive em Washington D.C. (EUA) e é fã assídua dos livros da Elena Ferrante.
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