O que pode causar o aborto espontâneo?

O aborto espontâneo pode ser um evento bastante discreto – tão discreto que pode até ser confundido com menstruação. Conhecer o próprio corpo e ficar atenta a qualquer sintoma atípico é importante para saber identificar uma situação mais grave ou inesperada.

Quais são as causas do aborto espontâneo

O aborto espontâneo é aquele que ocorre naturalmente, diferente do que resulta da escolha da mulher de abortar. Ele é bastante comum: até 20% das gestações evoluem para aborto antes das 20 semanas. Dessas gestações, 80% são interrompidas ainda nas primeiras 12 semanas, segundo a Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

Muitas mulheres carregam culpa quando passam por um aborto espontâneo, mas não deveriam. Afinal, ele pode ocorrer por uma série de fatores que fogem do nosso controle.

Há alguns fatores de risco para o aborto espontâneo para os quais podemos ficar atentas:

Como diferenciar o aborto espontâneo de sangramento vaginal
Os principais sintomas de aborto espontâneo costumam ser sangramento e cólicas. Igual menstruação, né? 

No entanto, a cólica do aborto pode ser mais forte do que a cólica menstrual normal. Você também pode sentir náusea, diarreia e ter coágulos maiores – aquelas bolinhas de sangue que saem junto com a menstruação, principalmente em pessoas que têm fluxo intenso.

Se você não costuma ter esses sintomas durante a menstruação e fez sexo desprotegido nas últimas semanas, é importante buscar ajuda para descartar um possível aborto espontâneo.

No entanto, algumas mulheres têm todos os sintomas acima quando estão menstruadas – o que pode indicar alguma condição de saúde como endometriose ou presença de miomas uterinos. 

É importante manter as consultas com o ginecologista em dia para identificar esses problemas e aliviar os sintomas se necessário.

E nesses casos, como diferenciar? Bom, o melhor a fazer é buscar ajuda médica quando você desconfiar que pode estar grávida e passando por um aborto. Se você é sexualmente ativa e não faz uso de métodos contraceptivos hormonais, atenção redobrada. Mesmo se faz uso desses métodos e andou transando sem camisinha, também é importante procurar ajuda médica se estiver com a pulga atrás da orelha para uma possível gravidez ou aborto.

O segredo, no final das contas, é sempre observar o próprio corpo, pois ninguém melhor do que você mesma para notar as mudanças e sinais que ele dá. 

Camila Luz 

Jornalista formada pela Cásper Líbero, estudou Mídias Internacionais na Université Paris 8 e é mestre em Jornalismo e Direitos Humanos, com especialização em Diplomacia, pela Sciences Po Paris. Escreve sobre saúde, ciência e tecnologia desde 2016, com maior dedicação à saúde da mulher. Também é consultora em comunicação para organizações internacionais. Vive em Washington D.C. (EUA) e é fã assídua dos livros da Elena Ferrante.