Gravidez silenciosa. O que é e como acontece

Em junho deste ano, o caso muito triste da atriz Klara Castanho trouxe à tona o tema da gravidez silenciosa. Essa situação parece super rara, daquelas que a gente só vê na televisão. Mas segundo a Associação Americana de Gravidez, ela é mais comum do que você provavelmente imagina. Pesquisas indicam que uma a cada 2.500 gestações não são identificadas até que a mulher entre em trabalho de parto! Mas como isso é possível? A gente te explica tudinho.

Gravidez silenciosa e o caso de Klara Castanho

Se você não está muito por dentro do caso, a gente te conta: a atriz divulgou uma carta pública nas redes sociais na qual contava que havia sofrido um estupro tempos atrás e que não havia denunciado o crime. Não denunciar é bem comum, pois casos de violência sexual são traumatizantes e, muitas vezes, a mulher acaba carregando uma culpa que não é dela. Afinal, a mulher é vítima, né? Mas sabemos que a sociedade patriarcal nem sempre a trata dessa forma.

A atriz engravidou como consequência desse estupro, mas só descobriu dias antes de dar à luz e decidiu entregar a criança para adoção. Outro ponto muito triste dessa história é que a Klara não decidiu levar a sua história a público por livre e espontânea vontade. Uma série de jornalistas e influenciadores vazaram a informação na internet.  

Segundo a atriz, logo após o parto, enquanto ainda estava sob os efeitos da anestesia, uma enfermeira haveria especulado sobre uma possível publicação das informações. É importante lembrar que vazar informações de saúde é ilegal no Brasil.

Gravidez silenciosa: sintomas

Gravidez silenciosa: onde o bebê fica?

Em uma gravidez silenciosa, o bebê fica no mesmo lugar: dentro do útero. É importante entender que, fisiologicamente, esse tipo de gestação é exatamente igual a uma gestação "normal", ou seja, na qual a mãe sabe desde o primeiro trimestre que está grávida. A única diferença é que a mulher tem poucos sintomas, não os nota ou pensa que as causas são outras. Portanto, não acaba se dando conta até que esteja quase para dar à luz ou na própria hora do parto.

Riscos da gravidez silenciosa

O corpo feminino requer acompanhamento ginecológico desde que começa a menstruar. A mulher grávida precisa de apoio redobrado: a partir do momento em que seu teste der positivo, você deve procurar seu ginecologista para dar início ao pré-natal, o processo de acompanhamento médico que envolve consultas frequentes, exames de sangue, ultrassons e assim por diante.

O pré-natal desde o início da gravidez serve para prevenir possíveis problemas e complicações. Também rola o acompanhamento do bebê, para garantir que está crescendo, ganhando peso e se desenvolvendo como deveria dentro da barriga da mãe. 

Casos de gravidez silenciosa podem resultar em mães e bebês saudáveis, mas sem o pré-natal, a gestação segue à própria sorte. Para evitar esse cenário, é muito importante conhecer o próprio corpo e estar atenta para sinais de mudanças. 

Com tantas tarefas e responsabilidades, não é incomum deixar de prestar atenção na nossa saúde. Mas não podemos deixá-la de lado. Tire um tempo para você e para o seu bem-estar sempre!

Por fim, casos como o da Klara Castanho também não são tão raros. Se você acha que foi vítima de algum tipo de assédio, saiba que não é sua culpa e você não está sozinha. Abra o seu coração para uma amiga em quem confia, para um familiar e ou então busque ajuda de sua ginecologista ou de um profissional de saúde mental. E, se estiver pronta para isso, denuncie. Lembre-se: você merece acolhimento e compressão. Estamos juntas 💛

Camila Luz 

Jornalista formada pela Cásper Líbero, estudou Mídias Internacionais na Université Paris 8 e é mestre em Jornalismo e Direitos Humanos, com especialização em Diplomacia, pela Sciences Po Paris. Escreve sobre saúde, ciência e tecnologia desde 2016, com maior dedicação à saúde da mulher. Também é consultora em comunicação para organizações internacionais. Vive em Washington D.C. (EUA) e é fã assídua dos livros da Elena Ferrante.