Não quero ter filhos é uma frase que ganha adeptas e tem até sigla: NoMo

Em toda a história da humanidade, a mulher foi vista como um instrumento de utilidade única: engravidar. Nos limitaram a esse papel reduzido na sociedade, sem qualquer poder de escolha. 

Mas estamos – finalmente! - vivenciando uma época de transformação intensa, em que a chamada maternidade compulsória perde espaço e nosso lugar de escolha tem sido inegociável. 

E, com isso, surge uma nova sigla com a qual muitas de vocês podem se identificar: NoMo. 

A sigla NoMo: não querer ter filhos

NoMo é uma sigla que foi criada nos Estados Unidos para definir as mulheres que, casadas ou solteiras, optaram por não ter filhos. 

NoMo – No Mother, em tradução literal, significa "Não Mãe". E, embora essa seja uma expressão em inglês, podemos dizer que o estilo de vida tem conquistado mulheres em todo o mundo. E, claro, no Brasil não seria diferente. 

A escolha de não querer ter filhos

Embora o número de pessoas que, conscientemente, não querem ter filhos vem aumentando ao longo do tempo, precisamos destacar que esse ainda é um privilégio de algumas, e que não atinge todas as mulheres. 

Para você ter uma ideia, segundo um relatório divulgado pelo Fundo de População das Nações Unidas, cerca de 40% das mulheres não têm o direito de decidir se querem ter filhos. Para a ONU, esse poder de escolha passa por uma expressão que discutimos muito aqui em Kira: igualdade de gênero. 

Recentemente, no Brasil, as mulheres NoMo tiveram uma importante conquista: a lei sobre a esterilização no Brasil. Essa lei reduziu de 25 para 21 anos a idade mínima para realização de laqueadura e vasectomia. E mais:

Dá pra imaginar que só agora a mulher no Brasil não precisa mais de permissão do marido para fazer a esterilização? Esse é um dos motivos pelos quais falamos que ainda temos um loooongo caminho a percorrer. 

Fatores que influenciam a escolha de não ter filhos

É claro que a escolha de ter ou não filhos é muito particular e individual. Cada pessoa vem de uma trajetória de vida própria, que a leva a essa decisão. Mas, de forma bem genérica, podemos identificar fatores que colaboram para esse cenário, como:

Independentemente da sua escolha, ter filhos agora ou mais tarde, ou mesmo não ter, é essencial que o seu desejo seja respeitado por todos e essa deve ser uma luta coletiva. 

Ah, e claro: para evitar qualquer gravidez indesejada, use camisinha e outros métodos contraceptivos.

Tati Barros

Jornalista mineira, com mais de dez anos de experiência. É criadora e apresentadora do podcast Solteira Profissional, que aborda o universo de relacionamentos e sexualidade. Produz conteúdos para diversos veículos e formatos, com foco, especialmente, nas editorias de saúde, bem-estar e comportamento. Tem um grande interesse em pautas feministas e sempre está envolvida com essa temática.