Stealthing. Tirar a camisinha sem você saber é crime

Quando se fala em violências sexuais, é mais comum se pensar no estupro, que é a prática sexual sem consentimento e que envolve, ainda, ameaças e agressões físicas. Mas, mesmo em relações sexuais, em que os dois estão de acordo, há certas condutas que são consideradas crimes em alguns países. Você já ouviu falar em stealthing?

Stealthing

O stealthing é uma prática em que o violentador faz com que a vítima acredite que está em um ato sexual seguro, mas sem que ela perceba, retira o preservativo e, dessa forma, continua a relação.

O que é stealthing

O stealthing acontece quando o parceiro retira a camisinha sem que a gente perceba, e sem o nosso consentimento. Dá pra acreditar que isso acontece? Pois, olha, acontece.

E pode ser que alguém que esteja lendo este texto agora perceba, neste momento, que vivenciou essa situação e passou por um tipo de violência. 

Se é o seu caso, antes de qualquer coisa, receba o nosso abraço, tá? Tomar consciência de algo assim não é fácil – longe disso – mas pode servir para evitar que isso aconteça novamente contigo e com pessoas próximas.

Stealthing é crime?

Essa ação pode, sim, ser caracterizada como crime. Veja o que está registrado no Código Penal Brasileiro:

Art. 215.  Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima.

A pena para esse tipo de crime pode ser de reclusão de dois a seis anos.  

O que fazer se eu for vítima do stealthing?

Qualquer tipo de situação que te cause constrangimento, desconforto ou qualquer sentimento negativo não deve ser naturalizada. Se você passar por algo parecido com isso, busque ajude! Converse com alguém em quem você confie e procure saber dos seus direitos.

É importante ter em mente, ainda, que a relação sexual pode resultar em gravidez indesejada e contaminação de infecções sexualmente transmissíveis, como o HIV. Por isso, não hesite em ir ao médico para tomar as medidas mais adequadas para evitar problemas futuros, está bem?

Por fim, lembre-se sempre: a vítima nunca é culpada por qualquer violência que sofra. Não deixe que ninguém tente te fazer acreditar do contrário. 

Tati Barros

Jornalista mineira, com mais de dez anos de experiência. É criadora e apresentadora do podcast Solteira Profissional, que aborda o universo de relacionamentos e sexualidade. Produz conteúdos para diversos veículos e formatos, com foco, especialmente, nas editorias de saúde, bem-estar e comportamento. Tem um grande interesse em pautas feministas e sempre está envolvida com essa temática.