Menstruação e produtividade: Parte 1

Esse assunto vem sendo trazido nos tempos recentes e foi tema do evento presencial em São Paulo para o lançamento do Programa Embaixadoras da Menstruação realizado pela EcoCiclo com patrocínio da Intimus em 2023.

“Mas o que quer dizer?” Você pode estar se perguntando ou ainda “E por que isso é importante?”

Muitas de nós compreende o ciclo como algo horrível pois ele foi reduzido a um único evento: a menstruação - que por uma série de acontecimentos histórico-culturais foi colocada como sinônimo de inutilidade ou fonte de sofrimento.

Infelizmente essa narrativa nos fez acreditar que o ciclo se trata então apenas de sangrar e ainda contribuiu para normalizar sintomas dolorosos e incapacitantes.

E sabe o que tem de errado nisso?

Não foi dito que vivenciar o ciclo é a única forma de produzir os hormônios sexuais, que muita se engana quem pensa que é apenas sobre reprodução. De forma ampliada, esses hormônios são fundamentais para a saúde dos ossos, músculos, cérebro, coração, pelo, sono, cognição, metabolismo…

Quando estudamos a fisiologia do ciclo nos deparamos com a comunicação do cérebro e dos ovários na intenção de preparar o corpo para a ovulação, ou seja, o evento mais importante de todos é a ovulação, sendo a menstruação apenas a consequência de não ter acontecido a fecundação do óvulo liberado e uma possível gravidez.

Por esse motivo é ideal chamarmos de ciclo ovulatório-menstrual, assim damos enfoque para esses dois eventos que chamam a atenção e valorizamos mais o período fértil e ovulatório que, em geral, nos sentimos mais dispostas, enérgicas, bonitas, sociáveis e comunicativas e é sobre essa identificação de períodos que falaremos na parte 2!

Beatriz Sabô:
Educadora e terapeuta menstrual com mais de 9 anos de experiência. Promove autoconhecimento e bem-estar menstrual pela produção de conteúdos voltados à temática e conduz trabalhos individuais e coletivos para a vivência de forma prática, científica e sensível do que o Ciclo tem a dizer. Tem grande interesse na pauta de saúde menstrual, reprodutiva, sexual e direitos, sendo formada em Ciência Política e mestre em Bioética pela UnB e atualmente graduanda em Farmácia pela UFRN.